Pedro na sua cama deita
E chama o pai consigo.
Apesar de sua postura direita
O pai sabe do perigo.
Pedro logo se anima
Com o pai deitado ao lado.
Este logo muda o clima
Fecha os olhos e fica calado.
Pedro então se atiça
Não há como resistir à tentação.
O pai só se espreguiça
Alheio ao chamado por atenção.
Pedro então desiste
E se mostra bem triste.
O pai não entende o que acontece
Toda vez que anoitece.
“Pedro, meu filho lindo,
Por que a tristeza ao dormir?”
“Ai, pai, sinto a escuridão vindo
Sei que tudo vai sumir.”
“Pedro, meu querido amor,
Deixo acesa a luz do corredor.”
“Mas, pai, não é de lá que retrocedo.
É de dentro que tenho medo.”
Pedro, então, ao pai explica
Que não tem medo de sombra
Mas, ao fechar os olhos, escuro fica
E é aí que ele se assombra.
Pedro, pelo pai é compreendido.
Que incrível a mente desse menino!
“Vou precisar agora de muito tino,
Ser inventivo e um pouco atrevido.”
“Pedro, fica escuro, é verdade.
Mas dentro de você há luz
Mais brilhante que qualquer claridade
E que tudo ao seu redor reluz.”
Pedro não entende
Mais o pai explica:
A imaginação transcende
O que qualquer medo complica.
Pedro então relaxa
E deixa a cabeça viajar.
Em sua criatividade acha
A beleza de um bom sonhar.